
Depois da prostatectomia radical
28 de outubro de 2021A litíase urinária, popularmente conhecida como pedra ou cálculo urinário, acontece quando substâncias orgânicas se acumulam na bexiga, na uretra ou nos ureteres. São elementos como cálcio, ácido úrico, magnésio e cistina, que se transformam em cristais capazes de obstruir as estruturas, interrompendo o fluxo urinário e gerando hidronefrose.
Além de comprometer a funcionalidade do trato urinário, a litíase também provoca um quadro álgico intenso. Ao se deslocar pelo sistema, os cristais irritam e inflamam a região. Como resultado, o paciente pode apresentar dor excruciante, náuseas e vômitos, pressão abdominal, palidez, febre e dificuldade para respirar.
De acordo com o Hospital Sírio Libanês, não se trata de uma condição incomum: a cada 100 mil pessoas, 140 desenvolvem cálculos urinários pelo menos uma vez ao ano. A incidência, entretanto, é maior entre mulheres, sobretudo dos 30 aos 40 anos.
As causas da litíase são variadas. Ela pode decorrer de fatores hereditários, de hipercalciúria, de hipocitraturia e da acidose tubular renal. A alimentação também influencia no desenvolvimento dos cristais, já que com dietas ricas em purinas e vitamina C têm mais chances de apresentar a doença. Outro fator de risco é o consumo insuficiente de líquidos.
Devido à intensidade dos sintomas e às repercussões da doença no sistema urinário, o tratamento não pode ser negligenciado. Mesmo que boa parte das pedras seja eliminada naturalmente, o profissional de saúde deve estar apto a manejar as manifestações clínicas e a realizar os procedimentos cirúrgicos.
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Manejo e tratamento da litíase urinária
Quando há suspeita de cálculo urinário, o primeiro passo é controlar a dor e tentar estabilizar o paciente. Segundo as Diretrizes da Associação Médica Brasileira (AMB), o tratamento na fase aguda consiste em hidratação, antieméticos, antiespasmódicos, anti-inflamatórios e, se necessário, morfina.
Na maioria dos casos, os cristais possuem menos de 5 milímetros e são facilmente eliminados pela urina. Nessas situações, o recomendado é apenas manter a observação e ministrar fármacos para a redução das cólicas.
Quando as pedras têm diâmetro superior a 5 mm, é preciso recorrer à intervenção cirúrgica. A indicação também é válida para pessoas com sinais de hidronefrose ou infecção. O objetivo é sempre utilizar o método terapêutico menos invasivo – assim, pedras pequenas (ou localizadas no ureter proximal) devem ser fracionadas por litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO).
Conforme as instruções da AMB e do Hospital Sírio Libanês, cálculos com mais de 10 mm (ou localizados no ureter distal) precisam ser tratados através de ureteroscopia. A sugestão é que as equipes médicas optem pelos uresteroscópios semirrígidos, que são mais versáteis e de melhor manuseio.
Em casos de hidronefrose ou hidroureter em estágio avançado, pode ser benéfico manter um cateter ureteral tipo duplo J por algumas semanas. Ainda existem duas outras alternativas terapêuticas: a laparoscopia e a cirurgia aberta. Essas opções, entretanto, só devem ser consideradas em pacientes com cálculos maiores do que dois centímetros.